quinta-feira, 23 de julho de 2020

Híbrida, a Honda NC 750X traz espaço de scooter e desempenho de moto

Rodas de 17 polegadas permitem "atacar" as curvas contando a ciclística equilibrada do modelo
Na parada para abastecimento, a inevitável pergunta do frentista - “cadê a tampa do tanque?” - soou como uma velha piada aos meus ouvidos. Ao girar a chave para ter acesso ao bocal, que fica sob o assento da garupa, aproveitei para contar que o modelo já está no mercado brasileiro desde 2012. “Conhecia não”, disse o frentista, enquanto a bomba de combustível enchia o tanque, com capacidade para 14,1 litros da NC 750X, uma moto ainda pouco conhecida no Brasil.
Curioso, ele perguntou o que havia no lugar comumente reservado aos tanques de combustível nas motos. Mostrei o espaço para o capacete, jogo de ferramentas e outros pequenos objetos. “Cabe tudo aí”, disse ele animado, para depois me desejar boa viagem. Fechei o compartimento, com capacidade para 22 litros onde levava minha capa de chuva e outras "tralhas", e peguei a estrada. Olha as fotos aqui em baixo, fica mais fácil de entender...
À esquerda o bocal do tanque embaixo do banco do garupa, ao lado, onde seria o tanque, vai o capacete

Híbrida

Vida boa na cidade, poucas reduções de marchas e altura ajuda a rodar nos corredores
A surpresa do frentista é a mesma de muitos motociclistas ao olharem a NC 750 X que, no modelo 2020, está disponível nas cores verde fosco, vermelho e azul perolizado. A NC é uma moto extremamente racional e seu pacote de eletrônica se resume ao painel digital e sistema de freios anti bloqueio (ABS). O conjunto se mostrou bem sensível e transmitiu confiança ao encarar as estradas secundárias da região do Sul de Minas, em direção à Monte Verde.
Embora asfaltado, o trajeto é repleto de “armadilhas” como poças de lama, trechos úmidos do asfalto e areia perto das lombadas. Nessa situação o sistema ABS permitiu frenagens fortes e manteve a NC em sua trajetória. Sem sustos. Na dianteira, há um disco de 320 mm e, na traseira, outro de 240 mm de diâmetro. Em qualquer situação se mostraram adequados à proposta da moto.
Embora seja uma crossover, segundo a Honda, ela não gosta de estradas de terra e pistas esburacadas. Suas rodas de liga-leve, de 17 polegadas, não convivem bem com terrenos acidentados. Ela até encara uma estradinha de fazenda, mas convém não abusar. Caso tenha de percorrer algum trecho mais complicado – com lama, por exemplo, – vale a pena diminuir a calibragem dos pneus para ter maior aderência. Mas fique atento com pedras pontiagudas, elas podem danificar rodas e pneus.

Motor comportado e econômico

Assim como a maioria das motos Honda, a NC transmite aquela sensação de “velha amiga”. O motor de dois cilindros e 745 cc gosta de trabalhar em baixos giros. Aos 4.750 giros já oferece o torque máximo de 6,94 kgf.m, o que permite acelerações vigorosas e muita segurança nas ultrapassagens. Ao subir de giros o escapamento emite um som grave e agradável em busca da modesta potência máxima de 54,5 cv disponível a apenas 6.250 giros.
Painel prá lá de moderno, totalmente digital traz computador de bordo muito útil em viagens
Ao pegar uma rodovia quase não se usa o câmbio. Basta engatar a sexta, e última marcha, e viajar tranquilamente a 120 km/h, na faixa dos 3.500 rpm. Nessa condição – rodando dentro do limite das estradas – seu consumo foi de 32 km/litro. Mas se pesar a mão no acelerador, pode chegar a 24 km/litro.
Por falar em aceleração, ela atinge facilmente os 170 km/h, quando sua estabilidade parece chegar ao limite. O piloto começará a sentir uma oscilação bem desagradável por conta do vento desviado pelo grande para-brisa. Porém, com quase 40 cm de altura, mas sem regulagem, a bolha ajuda a desviar a chuva e o frio. Para aumentar o conforto em viagens valeria a pena investir em um protetor de mão.

“Scooter” com câmbio

De volta à cidade, a NC mostra sua versatilidade ao encarar sem problemas os congestionamentos de São Paulo. Alta, ela permite que o guidão passe acima dos retrovisores dos carros e, se for necessário, consegue mudar de direção com facilidade por conta da roda (aro 17) e o bom torque do motor.
O comportamento da 750X é similar aos dos grandes scooters. Fácil de pilotar, econômica e ainda com um porta capacete que completa seu “jeitão” urbano.

Com suas novas cores, a NC 750X consegue atrair olhares curiosos e transmitir status. Seu DNA é de um veículo racional, econômico e prático.



2 comentários:

  1. Excelente opção para quem quer economia e polivalência. E o vídeo ficou ótimo, Cicero!

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    1. Grato Marcelo, realmente uma opção bem legal para cidade e viagens. Grande abraço

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